sexta-feira, 28 de agosto de 2009

terça-feira, 25 de agosto de 2009

sábado, 22 de agosto de 2009

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

terça-feira, 18 de agosto de 2009

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

terça-feira, 11 de agosto de 2009

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

quinta-feira, 6 de agosto de 2009













As águas beijei,
As nuvens olhei,
Às árvores cantei,
Na sua beleza.

Os bichos amei,
Na sua bruteza,
Na sua pureza,
De forças sem lei.

E porque os amei
E os acompanhei,
Não me senti rei
Na Mãe-Natureza.

Francisco Bugalho, in "Paisagem"

quarta-feira, 5 de agosto de 2009















Temos, todos que vivemos,
Uma vida que é vivida
E outra vida que é pensada,
E a única vida que temos
É essa que é dividida
Entre a verdadeira e a errada.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

segunda-feira, 3 de agosto de 2009













JUNÇÃO


Uma saudade
Que preguiça
Uma partilha
Uma lagrima
Um mergulho
O passado
Um medo
O futuro
Um abraço
Um encontro
Um homem
Uma mulher
Um encontro
Um sorriso
Uma entrega
Que preguiça
Uma vida
A morte
Uma paixão
Uma razão
Um mergulho no passado
Com medo do futuro
Uma entrega na paixão
Um encontro com sorriso
Uma lagrima de razão
Um abraço sem partilha
Um homem e uma mulher

Artur Cortez

domingo, 2 de agosto de 2009
















Contemplação

Sonho de olhos abertos, caminhando
Não entre as formas já e as aparências,
Mas vendo a face imóvel das essências,
Entre idéias e espíritos pairando...

Que é o mundo ante mim? fumo ondeando,
Visões sem ser, fragmentos de existências...
Uma névoa de enganos e impotências
Sobre vácuo insondável rastejando...

E d'entre a névoa e a sombra universais
Só me chega um murmúrio, feito de ais...
É a queixa, o profundíssimo gemido

Das coisas, que procuram cegamente
Na sua noite e dolorosamente
Outra luz, outro fim só pressentido...

Antero de Quental, in "Sonetos"













A minha cidade não se chama Lisboa,
não tem cheiro a sul
e nem por ela passa o Tejo,
mas como ela, tem Nascentes
leitosos e marmóreos...
Na minha cidade os Poentes são de ouro
sobre o Douro e o mar
e só ela tem a luz do entardecer
a enfeitar o granito...
Na minha cidade, tal como em Lisboa
há gaivotas e maresia
mas não há cacilheiros no rio
há rabelos
transportando nectar e almas...
Da minha cidade nasce o Norte
alcantilado, insubmisso
e o sol, quando chega, penetra-a
delicadamente, carinhosamente,
depois de vencido o nevoeiro...
Na minha cidade também há pregões,
gatos, pombas, castanhas assadas e iscas
e fado pelas vielas, pendurado com molas,
como roupa a secar nos arames...
A minha cidade tem também tardes languescentes,
coretos nas praças
velhos jogando cartas em mesas de jardim
e o revivalismo de viuvas e solteironas
passeando de eléctrico...
É bem verdade que na minha cidade
a luz, não é como a de Lisboa
mas a luz da minha cidade
é um frémito de amor do astro-rei
a beijá-la na fronte, cada manhã!...

Autoria de :
Maria Mamede